TERNURA

Há coisas, que, só uns querem vêr
Há outras, que, só uns o podem saber
Por vontade própria, ou, por falta da vida enaltecer.

Vem a rota do Destino, bater-nos à porta...
Sem saber, para onde irmos.
Somos então guiados e levados pelo instinto.
Ao sabor de um vinho rosado, conjugando, um preferível tinto.

Joana, na porta, debruçara seu braço
Queimando as pestanas, atarantando seu coração
Na sombra da noite, em contacto com frescura do aço.

Sucumbindo, num jogo de paciência astral
Assumindo o papel, da marioneta do castigo
Afirmando...Tudo por aqui em baixo, é tao simples.
Mas, tão solenemente banal.

Pobre o português nascido burguês
Que das cuecas rôtas, lhe falta a linha para a cozedura
Rôto é pouco... o povo daqui está louco!
Será que? permanecemos na Ditadura?

Sinta Sintra

Sintra dos mágicos recantos
Que embeleza os meus jardins da vida
Em que um dia adormeci num eterno sonho
Esperando o mergulho num mar de sossego

Caí a noite . . . Fica a paz
Onde o silêncio e a opaca luz
Adormecem e enriquecem o meu interior,
Pelo dia agitado.

Antecipado à noite
Por aqui também o Sol repousa
Oferecendo sempre na sua despedida,
Beijos de seus raios brandos, num misto de cor meigas.

Ao debruçar-se sob o Oceano, no ofuscar do ínfimo horizonte.

A Máscara

Quando a alfazema torna-se imunda, joga o rio seu caule fazendo cair a disfarçada personalidade.

Quem és tu afinal que dizias que eras tu?? Afinal não és tu?? Cabronizonás-te a ti próprio!

Piada, Piada...Piadão, quando da tua luz apenas se vê a escuridão.

Revelas o teu interior! E agora de que te vale pôr a máscara??

Apenas enganarás outrora outrem, sabes que da verdade tua triste essência provém??

Sobes a palco, todavia, a tua peça deixa de ter sentido...pobre filho perdido!

Ingratidão, é o teu obrigado!

Redescobre o teu caminho, olha para norte e segue para sul pois esta terra não te pertence!

A tua peça teatral jamais venderá em futuro!

Poderás jorrar tua Máscara fora, afinal, com ou sem ela já o sabemos que és!

Boa viagem de partida e de recolha dos ensinamentos por ti esquecidos...

Espelho Quebrado

Foto tirada por mim,
Jardins do Castelo de Marvão
Julho 2010


O que faço?
Quem sou?
De onde venho?
Para onde vou??

Sou a tal pequena semente esquecida!
O Sol se esquecera de mim em tempos, recordas-te?
Não brotei! Não sou flor? Quem sou eu então?
Um vácuo no Universo??

Eu tenho o direito ao Sol, ele nasce para tudo e todos!
Desejo áspide o meu, de um dia tornar-me flor.
Fazer parte de uma seara de flores com cores e cheiros
Embelezar um campo de vales e montes esculpidos numa só paisagem!

Pobre semente, coberta de sufoco e de sonhos.
Ao imaginar consequentemente, um raio de luz pairando sob mim.
Será no amanha que alcançarei a superfície??
É assim tão árdua esta sobrevivência em vida?


1 Outubro, 2010
Paxekito Girassoleiro

Visão Salsa

Foto em Sintra, Quinta da Regaleira
De minha autoria



Debruçemo-nos em nós...Relaxando!
Presentando com olhos semi-abertos
Reparemos então em nosso redor
Quão belo são todas as formas desta existência.

Observar-se-á a razão do facto de estarmos aqui.
Apaziguamos o nosso espírito,
Dando resposta a inúmeras questões,
Colocando inconscientemente de lado fantasmas!

Ódios e rancores...encontram-se em extinção
Partindo de cada um e cada qual
Aniquilarem as suas correntes presas ao passado
Vivendo não somente o presente, mas sobretudo sem recear o amanha.

É tempo de voltar às origens da humanidade
De sagrar tudo o que despendemos dum pedaço de coração!
De reflectir
E de respeitar os nosso bens universais!


14 de Março 2010
Paxekito Girassoleiro

A Lua...a mística Lua

Foto: De minha autoria
Junho 2008, Porto Covo


Lua Cheia

Lua, objecto do místico!
Que sitas lá no alto,
E quando estais farta
Veste Vénus tua luz

Delicias-me, quando, por entre as águas
Observo teu reflectir estonteante
Dançando pela ínfima costa
Terno o brilho, emana toda tua mágica

Belos momentos a sós
Para nós reservados
A simplicidade em ti presenteia-se
De pura e definida esbelteza...


06/11/09
Paxekito Girassoleiro

Chôro

Ao chorar eu vi
Que com este sentimento
De lágrimas e tristeza eu cresci
Alívio repentino, limpeza do interior
Abandona-se um alguém
Que nos deixa uma certa dor

Vivemos momentos repletos de magia e ternura
Pois é alma que na vida perdura
Alma da vida e do destino traçado
Caminha no sentido que nos leva a felicidade
Felicidade esta... que faz-nos esquecer o ruim passado

Tristes noticias são compensadas
Com as as mais extremas alegrias
Vindas dum mais profundo mundo por nos abraçadas
De orgulho, de amor e não de correntes frias

Estrelas conduzem lá no alto
Bem atentas, a tudo o que se passa por aqui e por acolá
Conduzem o nosso rumo como um simples salto
Salto este como o de uma criança num jardim
Buscando toda a harmonia e a todos os que passam dizendo olá
Sem rumores, sem ofensas ou maldades
Pois o mundo é belo assim.


06/08/08
Paxekito Girassoleiro